Nem tudo é TOD: compreendendo os comportamentos desafiadores na infância

5 de agosto de 2025 por Simone Canola Sem categoria Comentários desativados em Nem tudo é TOD: compreendendo os comportamentos desafiadores na infância

Nos últimos anos, tornou-se comum ouvir o termo “TOD” (Transtorno Opositivo-Desafiador) em conversas sobre o comportamento de crianças e adolescentes.

Mas é preciso ter cuidado: nem todo comportamento desafiador é um transtorno, e nem toda criança que se recusa a cooperar está sofrendo de TOD.

O Transtorno Opositivo-Desafiador é caracterizado por um padrão persistente de:

  • Irritabilidade frequente;
  • Comportamento desafiador ou provocador;
  • Atitudes hostis, especialmente em relação a figuras de autoridade.

Esses comportamentos precisam ocorrer de forma constante por pelo menos seis meses e impactar significativamente o funcionamento social, acadêmico ou familiar da criança. Ou seja, não é um “dia ruim” ou uma fase difícil — trata-se de algo mais profundo e persistente.

Vale lembrar que o comportamento opositor faz parte do desenvolvimento infantil, especialmente em determinadas fases, como os “terríveis dois anos” ou na pré-adolescência.

Além disso, muitos fatores podem levar uma criança a agir de forma desafiadora, como:

  • Frustrações acumuladas;
  • Dificuldades na comunicação;
  • Estresse familiar;
  • Necessidade de atenção;
  • Transtornos de aprendizagem não diagnosticados.

Em muitos casos, o comportamento é modificado com escuta, acolhimento, rotina estruturada e limites bem definidos, sem que haja necessidade de um diagnóstico.

Quando buscar ajuda profissional?

É importante procurar um especialista quando:

  • Os comportamentos são muito frequentes e intensos;
  • A criança é extremamente sensível e se irrita com facilidade;
  • Ela costuma culpar os outros pelos próprios erros;
  • Há prejuízos na escola, nas amizades e no convívio familiar;
  • Pais ou cuidadores se sentem esgotados e sem recursos para lidar com a situação.

Vale ressaltar que o TOD ocorre concomitantemente com o TDAH em aproximadamente metade das crianças com a apresentação combinada (desatenção + hiperatividade).

Nesses casos, uma avaliação neuropsicológica pode ajudar a compreender a origem dos comportamentos e a traçar um plano de intervenção adequado.

Independentemente do diagnóstico, quando tratamos as crianças com paciência, compreensão e apoio positivo, conseguimos ajudá-las a desenvolver um sentimento saudável de autoestima e autoconfiança.

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